sábado, 8 de agosto de 2009

Faz tempo que não escrevo aqui. A última vez que postei algo foi há 2 anos e de bem longe, quando eu morava na Austrália. Nem lembrava mais desse blog, até que um dia me senti com vontade de escrever e vim ver se ele ainda existia. Eis que ele está aqui. Hoje minha casa (temporária) é a cidade de Flecheiras, interior do Ceará, beeeeem diferente de Sydney, da onde escrevi meu último texto. To aqui no fim do mundo por conta de um projeto profissional muito legal.

Quando eu ía imaginar que o meu local de trabalho seria no meio do mato, com cobras, mosquitos e numa praia paradisíaca? Essa é a parte boa da delicada escolha profissional que eu fiz. Por um lado me afasta da vida, dos meus amigos, das pessoas que eu amo, mas, por outro, me permite viver experiências impossíveis de imaginar ou planejar. E assim vai ser até o fim de setembro. Viver literalmente No Limite é o meu mais novo desafio. Eu poderia estar aqui lamentando por passar mais 2 meses longe de tudo e de todos, deixando pra trás algumas vivências e oportunidades, mas prefiro agradecer pelas supresas enriquecedoras que a minha escolha ainda me proporciona.

sábado, 25 de agosto de 2007

Australia - Primeiras Impressoes

Fala meu povo!!!!!

Enfim to conseguindo dar noticias! Quero agradecer a todos que ja estao me escrevendo. Na casa que estou tem internet livre, mas tenho tido pouco tempo de sentar aqui. Sendo assim, vou escrever um e-mailzao para todos, ok? Depois mando mensagens particulares, mas li todos os e-mails e scraps q me mandaram, sem excecao.

Bom, cheguei bem, ta tudo caminhando por aqui. Ainda nao posso dizer que to amando pq tenho tido que resolver varios pepinos, como abrir conta em banco, comprar celular, habilita-lo, ir ao mercado, me adaptar ao fuso.... ainda nao fiz muitos programas de turista, mas ja fui ao Opera House e ao Darling Harbor, uma baia cheia de restaurantes incriveis! A cidade eh incrivel, arquitetura moderna, transporte muito bom. Soh ando de trem pra ca e pra la. Ta frio aqui, uns 10 a 12 graus. Nao gostei muito da casa em que me colocaram. Achei apertada e com muitos brasileiros. Tinha tambem uma polonesa gorda e feia que fazia uma gororoba marrom quando cheguei e duas colombianas que ficaram ateh felizinhas em me ver pq so tinha bicho feio la ate eu chegar hehe . Mas ja comecei mal la, derrubei o papel higienico na privada e transformei todos em lencinhos umedecidos rsrs... Mas nao me acusei. Qq coisa vou dizer que foi a polonesa!>>>Ja pedi pra mudar de la. Por enquanto tenho acampado na casa de estudantes onde estah a Natasha, minha amiga que tb ta por aki, pra quem nao sabe. Devo vir pra ca ou pra uma 3a casa ainda essa semana. Na minha casa mesmo soh apareco de manha pra tomar banho e mudar de roupa. Tranquei tudo meu com cadeado e ng sabe por onde ando rsrs.

Agora vejam soh, no voo pra ca fiz dois novos "melhores amigos". Uma menina de 26 anos chamada Lilian e um carinha de 32 chamado Ricardo. Nos apresentamos no aeroporto da Nova Zelandia e me perguntaram onde eu trabalhava. Falei que era jornalista da Globo, mas que trabalhava com entretenimento, vejam o dialogo que se seguiu:

RICARDO: Trabalha na Globo, eh?
EDU: Sim
RICARDO: Nao me diz que vc faz o BBB?

EDU: (medo/tensao) Sim, por que?
RICARDO: Po, cara!!! Eu sou primo do Alemao!!!!!
EDU: (Chorando por dentro) Que legal, cara... estive com ele na boate Pacha em SP quando ele foi selecionado
RICARDO: Putz!!! Vou ligar pra minha mae falar com a Dona Mirna, mae dele, q to contigo aqui!!!
Conclusao: BBB eh uma praga mundial!!!!!

Alemaozinho grudou em mim e ta querendo dividir ap comigo e essa nova amiga. Vamos ver no que dah.

Tenho recados pra alguns de vcs:

Re, Baby, cada vez que coloco aquela bolsinha do dinheiro na cintura penso em vc. Ainda nao descobri se ela eh porta grana ou para higiene intima. Vou lava-la ja amanha pq ta me dando nojo rsrs

Grasi!!!! Ja lavei duas cuecas ontem! Ateh que me sai bem!!

Renata do Cesar, tenho lembrado de vc quando como os Tintans. Comprei um de sabor caramelo ontem.

Nina, tudo que faco de errado a Natasha diz que vai te contar. Ela ta quase saindo no tapa com a roomate tailandesa dela. Hj de manha saiu do quarto com seu piji rosa falando mal da menina e dizendo que a coitada se meteu com a pessoa mais vingativa desse mundo. Acho q em breve teremos uma guerra de calcinhas por aqui!

Leozinho de Jampa!! Se tu soubesse quantas pessoas ja me perguntaram quem eh aquele amigo maneiro q deixou um scrap incrivel no meu orkut..... rs Tinha q ser vc mesmo, meu brother. No aeroporto de Sidney conheci uma conterranea sua de Campina Grande! O voo dela saia de Joao Pessoa! Logico q ja perguntei se ela conhecia o Boteco e ela disse que adora o bar!! Enchi o peito e falei: O dono eh meu amigao... Tirei onda rsrs.. Nao falei q tu ia ficar internacional?

Aida, devo ligar pra sua cunhada em breve agora q comprei celuba daki. Diz pra Fernandinha que passei na porta do I MAX daqui e lembrei das dicas dela.

Ontem fui com a Natasha e um camarada do Brasil que mora aki tb num bar-boate onde quengas locais dancavam de mini roupa de vaqueiras sobre o balcao. Ate que foi divertido. O ponto alto da noite seria um concurso de gatas molhadas, mas de ultima hora foi cancelado. Mas nenhuma performance que se compare a Re e Ines nas pistas.

Meu curso comeca 2a feira. Ja tirei algumas fotos. Mando em breve. Continuem me escrevendo que respondo assim que possivel. Vou parar pq tem dois babaquinhas aqui rindo do meu e-mail que ta grande e que ninguem vai ler! Ainda nao posso dizer que to mega feliz, mas to loooonge de dizer que to triste rs... To em fase de adaptacao. Mas soh de trocar a av das Americas pelas estacoes de trem e a batecao de ponto de cracha por mapas e conversoes finaceiras, ja vale... e como vale...Meus roteiros agora sao apenas de passeios e viagens :)

Bjos e Abracos!!!!!
Estou 13 horas na frente de vcs pelo fuso! Vcs sao muitos! Espero nao ter esquecido de enviar pra ng. Tao me apressando aki.

Ate breve!! Saudades!!!
EDU CANGURU

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Os juízes da vida cotidiana

Hoje resolvi escrever sobre um tema que também me martela há algum tempo. Um tópico certamente presente na vida de todo mundo. O interesse na vida alheia. Aquela vontade quase incontrolável que as pessoas têm em observar como o outro leva a sua vida. Vontade que gera palpites, comentários, intromissões e, na maioria dos casos, julgamentos.


Como citei em uma das minhas postagens, vivi uma grande e gravíssima desilusão amorosa ano passado. Desilusão que me fez descobrir o quanto eu era ingênuo, o quanto eu estava despreparado para certas malícias dos seres humanos. Quando me vi apunhalado por alguém que estava sempre ao meu lado, entrei num processo de medo. Medo de quem seria o próximo a fazer aquilo comigo, medo de arriscar o novo e passar por tudo de novo. Medo dos lobos em pele de cordeiro que estão em todo lugar. Medo que a maioria das pessoas acostumadas com as pancadas da vida têm o privilégio de não sentir. Medo que pra muitos é frescura e imaturidade da minha parte. Medo que parei de criticar em mim e passei a respeitar.


Quando entrei nessa paranóia, que hoje está um pouco mais estancada, mas não totalmente, me deparei com outra faceta do ser humano. A opinião alheia. Desde que isso aconteceu e me fez retrair, não tenho sido poupado um dia sequer do julgamento dos outros, do olhar crítico e opinativo das pessoas. Parece impossível pra maioria entender que de vez em quando a gente precisa estar com a gente e só com a gente. Acho que a carência tá tão embutida nas pessoas de hoje, que alguém que ouse se bastar parece estar cometendo um crime e merece virar alvo sumário de críticas e insensibilidade. As pessoas não entendem que me fechei porque me magoei muito e que por mais que eu saiba que daqui pra frente são outras histórias e experiências, me dou ao direito de esperar sem pressa minhas feridas cicatrizarem.


Só que enquanto elas cicatrizam, amigos, conhecidos, curiosos, atoas... todo mundo parece me observar com mais atenção. Não sei se essa minha auto-suficiência quase autista incomoda ou desperta interesse nas pessoas. Há quem ache que estou deprimido até hoje, outros acham que fiquei com síndrome do pânico, que deixei de ser legal, há até quem questione se eu to jogando em outro time rs... Tudo isso por que? Pelo simples fato de neste momento eu não estar levando uma vida dita comum para um cara da minha idade. Meu pecado é ficar mais em casa, cuidando da minha vida, das minhas coisas e do meu bem estar.

Quase ninguém parece respeitar ou entender o fato de que estou machucado e quero ficar na minha até quando eu achar que devo. Mas é impressionante a cobrança das pessoas. Muitos declarada ou veladamente ficam na expectativa de quando o "ET" do Edu vai voltar pras nights? Quando ele vai querer namorar alguém de novo? Por que perdeu a animação de antes? Será que ele ta louco? Será que está levando uma vida secreta que não sabemos? Pelo amor de Deus!!! Porque não entender que eu simplesmente estou vivendo do meu jeito. Simplesmente quero me relacionar apenas comigo neste momento e assim vai ser enquanto eu achar que devo. Hoje estou desacreditado das pessoas, só confio em mim e enquanto eu pensar dessa forma, encontrarei a paz dentro de mim mesmo e com mais ninguém.


No momento o amor da minha família, o sorriso da minha mãe quando chego em casa, o orgulho da minha avozinha quando tenho novidades e o carinho dos meus pouquíssimos verdadeiros amigos é o que me alimenta a viver feliz. Eu me desapeguei, não sei até quando, de certos modismos, de certas cobranças. Não vou me obrigar a sair porque estou solteiro, não vou me obrigar a passar o rodo nas meninas se não tiver afim, não vou me obrigar a encher a cara porque todos a minha volta o fazem e muito menos me obrigar a ficar me culpando ou me justificando por não agir como os juízes da sociedade acham que eu deveria agir.


Isso tudo tá me dando um know how muito grande de vida. Um tipo de vida e malandragem que meus pais não me ensinaram em casa. Talvez eu me feche tanto aqui com eles e os tais poucos amigos, porque ainda prefiro acreditar que o mundo é feito de pessoas boas. Não sei lidar com a malandragem e certas maldades do ser humano e nem sei se quero aprender. Isso me assusta muito ainda. As vezes acho que cresci numa redoma, numa realidade paralela. Meus pais sempre foram e continuam sendo exemplo de caráter e bondade pra mim, meus poucos amigos, uma última esperança de que ainda tem gente que pensa no bem estar do outro. Essas são minhas referências e não posso ser cobrado por realidades e malícias que não fazem parte do meu histórico de vida.


Sinto falta de quando eu achava e acreditava que fazendo o bem só teríamos o mesmo em troca. Hoje sei que não é assim e algumas vezes lamento por me incomodar tanto com isso e não ser prático como todas as pessoas. Mas em vez de fazer o que as pessoas que me questionam esperam de mim, prefiro me entender e me respeitar cada vez mais do jeito que eu sou. Já que ninguém quer entender a minha ótica, que pelo menos eu me dê apoio. Só acho que eu nunca vou deixar de me espantar em ver quanto tempo as pessoas perdem de suas vidas analisando o comportamento das outras e como o ser humano tem dificuldade de aceitar aquele que leva uma vida 'diferente' da sua, que se comporta 'diferente' de você.


ESN

sábado, 30 de junho de 2007

Irritando Edu Sciortino

Quem me conhece sabe que sou um cara extremamente de bem com a vida. Sou fácil de lidar, amigo, companheiro, não costumo desejar o mal de ninguém. Mas depois de alguns anos de terapia somados a uma boa dose de honestidade, chego a conclusão de que eu sou chato. Como descobri? Na verdade não precisei que as pessoas me dissessem isso, foi uma conclusão que cheguei sozinho mesmo. Mas me enquadro naquela categoria de chato tão chato que as pessoas acham mais engraçado do que sentem raiva. Acho que porque no fundo elas compartilham das minhas chatices mas não têm a mesma facilidade de assumir. No fim das contas acabo sendo o chato mais legal que muita gente conhece rs...

Mas ser chato tem seu charme. Primeiro porque é mais fácil as pessoas lembrarem de um chato do que de um legal. Afinal, papel de bonzinho e sem opinião é o que a maioria representa no objetivo de agradar determinado grupo. Segundo porque o chato resmungão, que, como eu disse, acaba divertindo as pessoas, costuma deixar sua marca. Quem é o jurado preferido do concurso American Idol? É o genial Simon Cowell. Por que? Por que é chato. Quem nunca ouviu falar no Pedro de Lara, jurado mal-humorado do Silvio Santos? E na Aracy de Almeida que dava nota baixa pros calouros e pedia troco? O chato sempre tem seu espaço de alguma forma no coração das pessoas.

Tem muita coisa que acho chata. Língua presa, por exemplo. Meu Deus!!! Que coisa chata!! Não consigo conversar com alguém de língua presa sem ficar atento aos movimentos daquela coisa grande que trava entre os dentes. É como se tudo no mundo sumisse e só ficasse aquela boca e sua língua em todo o universo.

E aquele cara que sai pra comer com você e na hora de pedir ele diz que já comeu em casa. Aí você pede aquela porção de batatinhas ou de salgadinhos e quando o garçom traz, o tal carinha começa a bicar da sua comida. Eu odeio isso!!!!!!! Mas já adquiri uma franqueza que me faz lembrar ao dito cujo que ele não estava com fome até chegar o meu pedido.

Sabe outra coisa que me irrita profundamente? Repetidores de bordão de TV. Quer coisa mais chata que aquela massa humana repetindo por aí aqueles bordões medonhos dos falidos programas de humor? Quem nunca viu alguém gritando "Cuecão de couro, mano!" e o tal "Te conheço?". "Ô Coitado" então é melhor atravessar a rua que sou capaz de voar em cima. Mas como o povo gosta de se apegar a isso e sair propagando por aí essas chatices.

E os chatos de aniversário? Aqueles que até hoje acham engraçado puxar o courinho do Aha Uhu eu vou comer seu bolo... Cacete! E no final todo mundo ainda solta uma gargalhada! Será que sou tão chato por achar isso chato? Mas que graça isso ainda tem? É quase tão chato quanto o parabéns da Xuxa que virou hino nessas ocasiões. Aliás, me pergunto até hoje porque ninguém teve a brilhante idéia de gravar outra música de parabéns pra substituir essa da rainha dos baixinhos.

Eu acho que ser chato é um traço da minha personalidade que virou marca registrada. As pessoas hoje parecem se divertir e até me incentivam a resmungar pra ficar rindo das coisas que eu falo. No fundo, como eu disse, pq elas concordam comigo. Parece que se eu não resmungar, não sou eu.

Já consegui que alguns concordassem com minhas chatices no trânsito. Logicamente acho lamentável que o país não dê condições pra muita gente e as mesmas tenham que pedir esmola em sinais. Mas porque cargas d água de 2 anos pra cá todo menino de rua que pede dinheiro resolveu não ter um braço? Já repararam que os monobraços proliferam a cada dia? E alguém me responde pelo amor de Deus: Por que, ao menos aqui no Rio de Janeiro, esses carinhas só sabem fazem malabarismo com bolinhas de tênis? Esse número está mais do que obsoleto!! Onde estão os engolidores de espada? Os lutadores? Os dançarinos? Acho que se eu visse um número de sapateado na faixa de pedestre eu era capaz até de dar algum, só pelo inusitado, mas o repetido show da bolinha é muuuuito chato.

Telemarketing eu acho que é o top da chatice. Pessoas que te ligam nas horas mais impróprias para "estarem divulgando" um produto que você vai "estar recebendo" em breve. Por que essa gente fala tudo no gerúndio???? Não basta ter um emprego chato? Precisa falar chato? Agora imagina se algum desses ainda me liga com língua presa!

Outra tecnologia que abosrveu muitos chatos é a internet. Eu tô pra descobrir até hoje que tipo de pessoa curte as tais correntes que se envia por e-mail. Em geral são textos assustadores seguidos de todo tipo de ameaça caso você ouse não repassá-lo. Vai de praga pra quebrar a perna, passando pela infelicidade eterna até morte em alguns casos.


Na televisão não é diferente. O que não falta lá são chatos. Pensei em vários exemplos, mas acho que o chato que ainda mais me toca é Raul Gil e sua tesoura. Há 40 anos o homem do banquinho nos brinda semanalmente com sua performance de tesoura em pleno palco. Até hoje não entendi o por quê. Quer saber um programa feito por chatos pra incomodar mesmo? O Superpop. A Luciana é até divertida, mas o que é aquele locutor de voz sensual? O coitado já não tem mais entonação pra anunciar a parte 8 do diário secreto de Thammy Gretchen. E aquele sapinho que emite um som de béeem bbéeemm?! Soube há pouco que esse animal possui inclusive uma genitália exposta.Isso sem falar nas crianças prodígio que estão cada vez mais na mídia, sempre com discursos maduros. Não faltam também garotinhos pré-adolescentes e rebolativos no comando dos desenhos da manhã. Tudo chato!

Ahhhh! Sabe outra que é pra me matar? O chato advinhão! Tenho vários amigos assim: Você começa a contar um caso tipo: "Poxa, cara, nem te conto o que rolou lá no trabalho".. aí o advinhão interrompe: "Demitiram a Mariazinha!"... e você já respira e diz: "Não.. é que o Joãozinho chegou pra Mariazinha..." e lá vai ele de novo: "E pediu ela em namoro???"
Porra! Quer deixar eu terminar de contar???? Por que tem tanta gente que simplesmente não aguenta esperar você concluir o papo? Ficam insistentemente querendo concluir seu raciocínio? Virou xarada agora contar um caso?

E nos bares de música ao vivo? Esteja cheio ou vazio, nunca falta o chato que pede "Andança". Se o bar tiver vazio, com apenas um cliente, esteja certo que é o tal que vai pedir "Andança".
Já nos rodeios nunca falta aquele locutor chato que vai ficar fazendo versinhos chatos sobre a loira que não sei o que, mas é a morena que não sei o queeeeeeee. Socorro! Locutor de rodeio é muito chato!

Outro chato que disputa pau a pau com a turma do telemarketing, pra mim é o chato-otimista. Aquele tipo, geralmente risonho, que tem sempre uma palavra amiga fora de hora. Se você tá puto com alguma coisa lá vem ele e diz "Relaxa". Odeio com todas as minhas forças quem me manda relaxar!! E quando ele pergunta: Você tá nervoso? Eu já respondo logo. Acabei de ficar, com a sua pergunta!!! E o chatinho? Aquele que fala tudo pequenininho, no diminutivo? Tipo: "Você quer um pratinho pra comer seu bolinho?" "Vai comer com suquinho ou prefere uma aguinha?" Caraca! O mundo ficou pequenininho e eu não reparei?

Tem o chato viajante. Aquele que é só o ônibus dar a partida que já começa a entoar a cantiga do "Se essa porra não virar.." sem contar que esse verso termina no infeliz estribilho "Olê, olê, olá".

O problema de ser chato como eu e reclamar muito é que com o tempo as pessoas param de ouvir o que você diz. Chega uma hora que quando você reclama de coisas certas as pessoas não dão valor porque você já perdeu o crédito, já que critica tudo. Mesmo assim continuo fiel à minha chatice e como um chato de categoria, continuo divertindo as pessoas com minhas ranzinzices. Acho que chatice tem limite e deve mesmo ser equilibrada com humor. O chato depressivo, que se lamenta, que tem sempre um problema, esse com certeza as pessoas fogem. É preciso saber lidar com a chatice interna que nos assola e reverter isso em alegria pras pessoas. Costumo dizer que sou chato, mas que sou bom. Compenso esse lado que pode vir a incomodar alguém com muito bom humor, solideariedade e amizade para com as pessoas que gosto e que convivo. Mas já vesti esse personagem. Já faz parte de mim. Acho que no dia que eu deixar de ser chato alguns dos meus amigos vão deixar de ser felizes rs...

sábado, 16 de junho de 2007

A Competitividade do Ser Humano

Faz tempo que tenho vontade de escrever sobre esse tema, que, pra mim, é muito interessante porque está presente de várias formas em nosso dia a dia. A competitividade do ser humano.

O que será que motiva as pessoas a quererem ser melhor que as outras? Por que o prazer em chegar primeiro, tirar a nota mais alta, ter mais dinheiro, pegar mais mulheres ou carinhas na noite? O que será que leva o ser humano a ter prazer com essas sensações?

Acho que pouca gente, na verdade, para pra pensar nisso. Quem nunca precisou mudar de pista no trânsito e, ao perceber essa intenção, o motorista da pista ao lado acelera e impede sua entrada pelo simples prazer de passar na sua frente? Isso quando não é a gente mesmo que faz isso. E por que será que ninguém se pergunta o motivo pelo qual isso acontece? Já parou pra pensar como é babaca a pessoa que acelera o carro pra impedir a passagem da outra sem ter uma forte razão pra isso? O prazer da parada é passar com o carro na frente de alguém que você nunca viu!!! Que isso, minha gente?? rs


E aqueles caras e meninas que saem pra night puxando o braço de Deus e o mundo pra competir com os amigos quem pega mais? Conheço gente que faz isso muito mais pelo hábito da contabilidade do que pelo prazer em si. E não é garotada não! Marmanjos e marmanjas de seus 28 / 30 anos.

Sabe uma que eu adoro? Aquelas pessoas que sentem um prazer inenarrável de dizer que estão um capítulo à sua frente na série de TV que os dois gostam. Conheço gente que vira noites vendo 8, 10 capítulos, pra no dia seguinte "tirarem onda" de que me passaram! Pode isso? E aqueles petulantes que perguntam se podem te contar algo incrível que viram no capítulo que você ainda não chegou? Tenho vontade de bater com vara de marmelo na bunda desses. Com certeza essas pessoas também não param para se olhar de fora. Mas quem não conhece alguém assim???rs

Tem uma categoria que me irrita em especial. Aquele povo que compete pra ver quem canta mais alto 'Faroeste Caboclo' e 'Eduardo e Mônica' pra mostrar que sabem toda aquela longa letra! Se você não faz isso, com certeza alguém muito próximo o faz, não é? Aí fica aquele bando de gente chata e desafinada cantando alto junto com a música e olhando fixo pra você. Afinal, só tem graça ele cantar tudo se você tiver olhando, né? Esses eu adoro detestar.

E aquela competição velada e ao mesmo tempo pública pra ver quem tem mais amigos no orkut? Essa tá super na moda. Neguinho sai adicionando até o papagaio do vizinho a uma lista que deveria ser seleta e não aberta ao grande público. Afinal são os amigos da pessoa! Mas como essa adrenalina dos números que aparecem embaixo da foto do perfil mexem com as pessoas! E pra que? Por que? Isso sem falar dos maníacos do scrap. Essa moda já caiu um pouco. Agora tá na onda quem apaga os seus, não é? Mas conheci alguns tarados do scrap que davam Oi pra lista inteira quase todo dia pra porra do número de scraps chegar em 100, depois em mil! Ave Maria!!


E por aí segue a lista. Tem o mais rico, o mais viajado, o mais inteligente...

A pergunta é: O que leva o ser humano a precisar medir suas ações baseado na opinião ou no fracasso do outro? Isso já nasce com a gente? Por que cada um não se contenta em seguir o seu caminho e tem sempre que estar medindo o caminho do outro. E por que tem tanto babaca no trânsito que acelera quando eu quero trocar de pista!! Esse assunto me irrita mesmo. Dá pra notar, né? rs

Seja como for, acho interessante observar essa característica do ser humano. A insegurança ou a vaidade que fazem com que as pessoas façam das coisas mais banais uma aposta virtual.

Que tal tentar traçar o nosso caminho sem olhar tanto pro do outro? E que tal dar passagem no trânsito pra pobre pessoa que só quer trocar de pista?

esn

domingo, 10 de junho de 2007

Prefácio - A solidão do mundo moderno

A primeira coisa que eu me perguntei quando resolvi criar este blog foi: "Pra que exatamente tô fazendo isso?" Será vaidade? Será que tô atoa? Será que virei nerd? Depois de pensar um pouco, cheguei à conclusão de que criei isso aqui porque, acima de tudo, gosto de escrever. Para mim, escrever ajuda a organizar as idéias e ter clareza sobre o que quero e o que penso.

Mas digamos que tenha um "que" de solidão nisso. Mas não aquela solidão amarga, de quem se sente esquecido pelo mundo. É a solidão de quem se basta, de quem aprendeu a estar bem consigo mesmo. Aquela solidão quase que necessária de vez em quando.

Solidão é um tema que tá cada vez mais na moda nos dias de hoje, não? Nunca se falou tanto em depressão, sentimento de abandono, a procura da pessoa certa. Vivemos num mundo onde as boas companhias foram banalizadas. Lógico que há exceções. Mas falo de um tempo onde as pessoas vão pra night, se conhecem, se beijam, mas terminam a noite do jeito que começaram; sozinhos. É como se ao entrar numa boate ou festa, acendessem as luzes do espetáculo e ao pagar a conta a cortina se fecha e cada um segue de novo seu caminho. Aquelas horas de 'espetáculo' têm que ser muito bem aproveitadas para o evento não ser em vão. É um trabalho que requer agilidade, determinação e muito jogo de cintura pra despertar interesse e transmitir segurança ao 'público'. Passado isso, o que resta é descansar. Descansar para estar bem na noite seguinte e começar o próximo ato do teatro da vida.

Sou observador ao extremo, tenho opinião sobre tudo, tô sempre analisando as coisas que vejo e que ouço e tirando conclusões. E o que mais questiono nesse tema solidão é por que tanta gente finge não se sentir só? Por que preferem o efeito inverso, o de vender o peixe de que são populares? É feio mostrar esse tipo de fraqueza? Ainda há quem se aproxime de alguém por achar que aquela pessoa é mais legal por ter muitos amigos? Nunca encontrei uma resposta satisfatória para esse teatro quase que generalizado, mas o que fica claro pra mim é que em 90% desses casos, a pessoa consegue tapear boa parte das pessoas com essa pseudo popularidade e pseudo auto-confiança, mas pouquíssimas conseguem enganar a si mesmas e aí que mora o perigo.

Tem outro tipo de caso. Aquelas pessoas que chegam num estágio avançado da coisa e se apegam a qualquer um que lhe diga 'Oi' com um sorriso um pouco mais simpático. Quem não conhece alguém que quando chega na sua roda quer puxar papo com todo mundo e ali descobrir seus 'novos melhores amigos de infância'. Alguém que em cinco minutos de papo te pergunta se você tem orkut, messenger e já quer pegar seu telefone pra marcar a próxima saída. Pra muita gente essas pessoas são 'muito simpáticas'. Mas em meio a essa simpatia, pra mim, esconde-se a tal da solidão.


Minha experîência de perceber e aceitar a minha porção de solidão só se deu recentemente, quando terminei um namoro de muitos anos após uma grave decepção amorosa. Não tinha mais remendo, eu estava só e ponto. Ali eu vi que a vida queria me ensinar uma lição: viver bem comigo mesmo. A primeira coisa que fiz quando me vi solteiro e aparentemente sozinho, foi procurar meus grandes amigos. Constatei que estavam quase todos ocupados demais cuidando de suas vidas. Sacudida a poeira me lancei um desafio: O que fazer pra eu me tornar minha melhor companhia? Qual a fórmula do bem estar e da paz interior? A primeira coisa que fiz foi descobrir que tipo de prazeres e diversões eu poderia ter comigo mesmo sem depender de ninguém. A locadora de vídeos foi a primeira resposta. Voltei a curtir um hobby que eu havia abandonado há tempos por causa dos corre-corres da vida. Ver filmes e documentários. Me envolvi tanto com a coisa que me peguei recusando convites pra sair porque eu tava no meio da temporada de uma série que eu havia alugado e tava amarradão. É nerd isso? Eu chamo de estar bem na minha companhia.

Um belo dia caiu a ficha: Eu havia me tornado meu melhor amigo. Coisa que eu nunca tinha me preocupado em ser. Sempre fui muito bom em ser melhor amigo de todos, os mesmos todos que cuidavam de suas vidas quando eu tropecei e caí. Mas como a vida faz tudo certo, esse tombo se reverteu em aprendizado. Hoje sei que eu sou meu melhor amigo e que qualquer ótima companhia que venha a estar comigo leva o nome de complemento, um grande e ótimo complemento, com certeza. Mas eu costumava chamar esses complementos equivocadamente de razão de viver. Minha felicidade estava em ter ao lado uma mulher que eu amasse ou em estar na companhia dos meus amigos. Coisas que continuam sendo maravilhosas, mas agora encarados como complemento, saca?

Hoje enxergo essa coisa da solidão de fora, vejo com olhos de quem aprendeu da maneira mais dura, mas que encarou de forma madura. Vejo ainda os mesmos amigos tentando convencer a todos, e quem sabe a si mesmos, que eles são populares, requisitados, só vão nas boas, que estão sempre onde tudo tá acontecendo. E em quantos deles vejo a vontade de estar como eu, quieto, porém feliz. Vejo de fora pessoas tentando encontrar um caminho que graças a Deus já encontrei.

Acho que só assim a espera pela pessoa certa se torna menos dolorosa e mais aproveitável. Num mundo onde vc pode tomar um tiro por cantar uma menina acompanhada sem saber que o namorado dela está na área, num mundo onde tudo é tão descartável, num mundo onde aumenta a cada dia a quantidade de gays, que tb buscam em novos estilos de vida, menos solidão, mais aceitação, enfim esses e outros fatores contribuem para a maior dificuldade em cruzar com a pessoa da sua vida. A oferta diminui, mas parece que a pocura aumenta, por mais que pareça contraditório. Parece que as pessoas buscam companhia, mas não querem ouvir falar em compromisso.

Quanta gente vejo por aí abrindo mão de seus princípios de escolha para grudar em alguém que apareceu para quebrar o galho. Quanta gente abrindo mão de biotipos idealizados, de pré-requisitos, e dando graças à Deus por ter ao menos aparecido alguém pra lhe fazer companhia. É esse o mundo de hoje. Insisto que há exceções. Há também aquelas pessoas que não estão felizes com alguém e sabem disso, mas preferem mantê-la perto do que arriscar algo melhor. Afinal, vai que piora? Como conheço gente assim. Preferem não tentar melhorar porque pode ser que piore e ficam escravas daquele marasmo por medo de arriscar. Medo de uma solidão que no fundo nem sabem se é tão ruím assim.

Acho que a conclusão disso tudo é: Não adianta tapar o sol com a peneira. A solidão não está em não ter companhia. A solidão está em não se bastar. E pra se bastar a gente precisa estar de bem com a gente. Se muita gente soubesse que só isso já atrai pessoas, a depressão não estaria tão 'na moda'.

Longe de mim pregar a clausura e o isolamento. É bom demais estar por aí, trocando idéia, aprendendo coisas novas, viajando, dando risada. Só acho que isso tem que ser encarado como uma alternativa e não como a garantia da felicidade. Nada disso vai surtir efeito se internamente não estivermos bem. Falo isso com firmeza porque já passei por essa sensação. Ter tudo e algo ainda faltar. Faltava o bem estar.

Quem por acaso tiver descoberto esse blog e chegado até esse ponto do texto, provavelmente se identificou com minha história ou com a história de perfis que descrevi aqui. Pra essas pessoas a mensagem que mando é: Seja seu melhor amigo, se conheça melhor, faça coisas que você curta, que te façam bem, independente do que quem está ao seu lado tá fazendo. Não deixe de viver sua vida pra viver a do outro, não se coloque demais à disposição porque isso cansa e afasta as pessoas. Não se iluda que elogios em excesso ou qualquer tipo de pressão vão manter determinada pessoa ao seu lado. Ser eu mesmo e demonstrar personalidade foi meu maior chamariz de amigos e pessoas que me admiram. Antes eu tivesse descoberto isso mais cedo!

Esse texto tá muito cabeça. Meus textos costumam ser mais ácidos e bem-humorados. Mas achei esse raciocínio oportuno pra abrir os serviços. Em outros tempos, essa brincadeira de blog só teria sentido se meus amigos e parentes entrassem aqui pra ler os textos e comentar. Hoje escrevo pra mim, pra organizar minhas idéias e desabafar meus pensamentos. O brinquedo é meu e pra mim, mas quem quiser chegar será bem-vindo rsrs...

Afinal, criar este blog é mais uma das atividades que inventei para curtir a minha companhia. Mas daqui tô saindo prum chopp, e com mais gente rsrs...

esn